acabei de ler um texto de um blog sobre o filme o cavaleiro das trevas e eu pensei igualzinho o que o rapaz pensou:
Crítica idiota: Batman é o filme mais chato do ano
BATMAN É O FILME MAIS CHATO DO ANONão importa o que venham a lançar, estou cagando para as produções iranianas, e o cinema francês pode simplesmente produzir um documentário mudo com imagem estática. Esqueçam. Nada pode ser mais chato do que o novo filme do Batman.São aproximadamente três horas de tortura, três longas e intermináveis horas de roteiro furado, história besta, argumento incabível etc. etc. etc. É como se os Trapalhões – já na fase deprê, quando faziam filmes com o Conrado e as Paquitas – resolvessem imitar o cinema expressionista alemão.Batman é o triunfo do hype, a vitória da expectativa sobre o resultado. É como aquele blind date em que se espera tanto, mas tanto, que no fim das contas tentamos nos convencer que não foi assim tão ruim (mesmo tendo sido péssimo). No caso do filme, esse convencimento é coletivo.É carinha do Coringa pra cá, um "why so serious?" pra lá, e todo mundo falando coisas como "é foda!" ou "puta filme bom", mas todos com aquele receio mal escondido quanto à hipótese de alguém realmente resolver falar do filme a sério.E é bom deixar claro que não sou da turma purista, que odeia filme de herói. Eu os adoro! Homem-de-Ferro, por exemplo, é um absurdo de tão bom. Faz esse filminho deprê do Batman parecer cinema de colegial. Robert Downey Jr. põe os dois protagonistas caricatos no bolso (sobre o Coringa de Heath Ledger, falo mais adiante).HistóriaBatman caça criminosos, Coringa dá um nó ridículo na máfia (que, trouxa daquele jeito, não duraria um mês como cartola de futebol, que dirá como rede criminosa de Chicago), um chinês dá um nó em todo mundo (outro bocó), Batman o traz de volta, Coringa e Batman se digladiam psicológica e fisicamente. Um promotor proeminente que representa as virtudes da cidade deixa de ser "do bem" para ser "do mal" em razão da morte de sua namorada (também amada pelo Bátima). Coringa fica dependurado num prédio. O promotor – já duas-caras – morre. Batman toma uma decisão que repete aquela do primeiro Homem-Aranha. O filme acaba.
SÃO TRÊS HORAS PARA CONTAR ISSO. Indesculpável.Arquétipos para DummiesFilme de herói é filme de herói. Quando resolve dar um passo adiante, como sabemos, fica uma porcaria. Esse novo Batman deu VÁRIOS passos adiante. Quis fazer algo "mais sério" e, com isso, caiu num ridículo sem-fim.A "sacada" do roteiro foi criar "arquétipos" (daqueles de fazer Jung – e olha que ele próprio era um picareta – revirar na tumba). Herói, Vilão, Bem, Mal, Corrupção Necessária, Corrupção Desconhecida, Ordem x Caos.Batman é o estóico, Coringa é o inverso; um faz o que faz porque precisa fazer em razão de buscar aquilo que acredita ser o bem, o outro faz o que faz porque quer fazer e fim de papo, alheio a qualquer missão, destino ou coisa assim.Harvey Dent (Duas Caras) é o bem que se transforma em mal, e que se transforma em bem. É a alternância, o fator humano. É o espectador convencido pela maldade do Coringa, mas que se rende (ou deveria se render, na mensagem edificante) aos valores do bem.Gordon é o pragmático que ultrapassa a ética (policiais corruptos etc.), Lucius Fox é o ético que não aceita se render ao pragmatismo. E Alfred... Bom, Alfred é uma licença poética do diretor. A única personagem bem-desenvolvida para algo próximo do que deveria ser o cinema é o Alfred.Michael Caine é Michael Caine, rapaziada.São três horas de pancadaria alternada com filosofia baratíssima, paupérrima, superficial e tosca. Poderiam cortar essa parte e deixar só uma hora e meia de pancadaria. O filme de herói cumpriria sua missão de cinema pipoca e ganharia uma estrelinha.Assim, do jeito que foi feito, é bomba pura.
Grandes Furos do RoteiroBatman espanca pelo menos 20 (não estou exagerando) policiais da SWAT. Vale dizer que tais soldados têm um dos treinamentos mais rigorosos do mundo. Ok. Batman é Batman e isso, por si, não consiste num furo. Sigamos.Batman sofre pelo menos umas quatro quedas de mais de cinco andares. Em todas – TODAS! – ele sai andando numa boa. Numa delas, confesso, aparentemente ele manca. E só.Mas... Mas... Mas... ELE APANHA DE UM ROTWEILLER! Isso mesmo. Um cachorrinho derruba e inutiliza o Batman, com armadura e tudo. O mesmo Batman, que espanca a SWAT, que cai de prédio e nem torce o pé.Pra piorar, o patético Coringa – que tinha escapado de uma explosão minutos antes! – consegue dar uma surra no Batman, com direito a carregá-lo com armadura e tudo.Sim, eu sei, ficção é ficção. Mas é possível fazer algo minimamente aceitável sem que o público se passe por idiota. O Superman voar, por exemplo, é uma ficção. Ele ser forte a ponto de derrubar um trem também é ficção. Agora, se um chiuaua o espantasse, convenhamos, seria uma idiotice. É disso que estou falando.Coringa é outro que deveria ter morrido naquela cena da máfia, a primeira em que aparece fazendo graça. Mas mafiosos do cinema são verdadeiros bocós. Acabam de ser roubados, o ladrão aparece e eles não fazem nada. Mas, como dizem, "é filme, poxa". Então tá.Há pelo menos uns mil pontos sem explicação. O roteiro foi feito nas coxas, é de uma preguiça patente. Gastaram tanto com efeitos especiais que esqueceram de contratar escritores alfabetizados. Deu no que deu.Mas os fãs gostaram. Quer dizer, no fundo, no fundo, ninguém gostou. Mas dizem que sim porque é legal dizer que sim. É mais ou menos como fazem os 'fãs' da bossa nova, que, no fundo, odeiam aquela baboseira, mas fingem que gostam para serem aceitos pelo grupo.Talvez isso explique o sucesso, em tal grupo, dos "arquétipos para dummies".
fonte: http://www.interney.net/blogs/gravataimerengue/2008/07/21/batman_e_o_filme_mais_chato_do_ano/
Crítica idiota: Batman é o filme mais chato do ano
BATMAN É O FILME MAIS CHATO DO ANONão importa o que venham a lançar, estou cagando para as produções iranianas, e o cinema francês pode simplesmente produzir um documentário mudo com imagem estática. Esqueçam. Nada pode ser mais chato do que o novo filme do Batman.São aproximadamente três horas de tortura, três longas e intermináveis horas de roteiro furado, história besta, argumento incabível etc. etc. etc. É como se os Trapalhões – já na fase deprê, quando faziam filmes com o Conrado e as Paquitas – resolvessem imitar o cinema expressionista alemão.Batman é o triunfo do hype, a vitória da expectativa sobre o resultado. É como aquele blind date em que se espera tanto, mas tanto, que no fim das contas tentamos nos convencer que não foi assim tão ruim (mesmo tendo sido péssimo). No caso do filme, esse convencimento é coletivo.É carinha do Coringa pra cá, um "why so serious?" pra lá, e todo mundo falando coisas como "é foda!" ou "puta filme bom", mas todos com aquele receio mal escondido quanto à hipótese de alguém realmente resolver falar do filme a sério.E é bom deixar claro que não sou da turma purista, que odeia filme de herói. Eu os adoro! Homem-de-Ferro, por exemplo, é um absurdo de tão bom. Faz esse filminho deprê do Batman parecer cinema de colegial. Robert Downey Jr. põe os dois protagonistas caricatos no bolso (sobre o Coringa de Heath Ledger, falo mais adiante).HistóriaBatman caça criminosos, Coringa dá um nó ridículo na máfia (que, trouxa daquele jeito, não duraria um mês como cartola de futebol, que dirá como rede criminosa de Chicago), um chinês dá um nó em todo mundo (outro bocó), Batman o traz de volta, Coringa e Batman se digladiam psicológica e fisicamente. Um promotor proeminente que representa as virtudes da cidade deixa de ser "do bem" para ser "do mal" em razão da morte de sua namorada (também amada pelo Bátima). Coringa fica dependurado num prédio. O promotor – já duas-caras – morre. Batman toma uma decisão que repete aquela do primeiro Homem-Aranha. O filme acaba.
SÃO TRÊS HORAS PARA CONTAR ISSO. Indesculpável.Arquétipos para DummiesFilme de herói é filme de herói. Quando resolve dar um passo adiante, como sabemos, fica uma porcaria. Esse novo Batman deu VÁRIOS passos adiante. Quis fazer algo "mais sério" e, com isso, caiu num ridículo sem-fim.A "sacada" do roteiro foi criar "arquétipos" (daqueles de fazer Jung – e olha que ele próprio era um picareta – revirar na tumba). Herói, Vilão, Bem, Mal, Corrupção Necessária, Corrupção Desconhecida, Ordem x Caos.Batman é o estóico, Coringa é o inverso; um faz o que faz porque precisa fazer em razão de buscar aquilo que acredita ser o bem, o outro faz o que faz porque quer fazer e fim de papo, alheio a qualquer missão, destino ou coisa assim.Harvey Dent (Duas Caras) é o bem que se transforma em mal, e que se transforma em bem. É a alternância, o fator humano. É o espectador convencido pela maldade do Coringa, mas que se rende (ou deveria se render, na mensagem edificante) aos valores do bem.Gordon é o pragmático que ultrapassa a ética (policiais corruptos etc.), Lucius Fox é o ético que não aceita se render ao pragmatismo. E Alfred... Bom, Alfred é uma licença poética do diretor. A única personagem bem-desenvolvida para algo próximo do que deveria ser o cinema é o Alfred.Michael Caine é Michael Caine, rapaziada.São três horas de pancadaria alternada com filosofia baratíssima, paupérrima, superficial e tosca. Poderiam cortar essa parte e deixar só uma hora e meia de pancadaria. O filme de herói cumpriria sua missão de cinema pipoca e ganharia uma estrelinha.Assim, do jeito que foi feito, é bomba pura.
Grandes Furos do RoteiroBatman espanca pelo menos 20 (não estou exagerando) policiais da SWAT. Vale dizer que tais soldados têm um dos treinamentos mais rigorosos do mundo. Ok. Batman é Batman e isso, por si, não consiste num furo. Sigamos.Batman sofre pelo menos umas quatro quedas de mais de cinco andares. Em todas – TODAS! – ele sai andando numa boa. Numa delas, confesso, aparentemente ele manca. E só.Mas... Mas... Mas... ELE APANHA DE UM ROTWEILLER! Isso mesmo. Um cachorrinho derruba e inutiliza o Batman, com armadura e tudo. O mesmo Batman, que espanca a SWAT, que cai de prédio e nem torce o pé.Pra piorar, o patético Coringa – que tinha escapado de uma explosão minutos antes! – consegue dar uma surra no Batman, com direito a carregá-lo com armadura e tudo.Sim, eu sei, ficção é ficção. Mas é possível fazer algo minimamente aceitável sem que o público se passe por idiota. O Superman voar, por exemplo, é uma ficção. Ele ser forte a ponto de derrubar um trem também é ficção. Agora, se um chiuaua o espantasse, convenhamos, seria uma idiotice. É disso que estou falando.Coringa é outro que deveria ter morrido naquela cena da máfia, a primeira em que aparece fazendo graça. Mas mafiosos do cinema são verdadeiros bocós. Acabam de ser roubados, o ladrão aparece e eles não fazem nada. Mas, como dizem, "é filme, poxa". Então tá.Há pelo menos uns mil pontos sem explicação. O roteiro foi feito nas coxas, é de uma preguiça patente. Gastaram tanto com efeitos especiais que esqueceram de contratar escritores alfabetizados. Deu no que deu.Mas os fãs gostaram. Quer dizer, no fundo, no fundo, ninguém gostou. Mas dizem que sim porque é legal dizer que sim. É mais ou menos como fazem os 'fãs' da bossa nova, que, no fundo, odeiam aquela baboseira, mas fingem que gostam para serem aceitos pelo grupo.Talvez isso explique o sucesso, em tal grupo, dos "arquétipos para dummies".
fonte: http://www.interney.net/blogs/gravataimerengue/2008/07/21/batman_e_o_filme_mais_chato_do_ano/
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